
Classicismo
Classicismo Momento histórico O Classicismo português começa em 1527, quando volta da Itália, berço do Renascimento, o poeta Sá de Miranda, e termina em 1580, ano da morte de Camões e início do domínio espanhol sobre Portugal. O mercantilismo instaura-se definitivamente em muitos países da Europa e a indústria começa a desenvolver-se. Algumas descobertas e melhoramentos começam a ocorrer, como: • Publicação da hipótese sobre o heliocentrismo (1530), formulada por Copérnico e segundo ao qual a Terra girava em torno do Sol; • Invenção da bússola pelo italiano Flávio Gióia, embora a agulha imantada fosse usada pelos chineses muito antes da era cristã; • Aperfeiçoamento da construção naval mediante o uso da pólvora. O desenvolvimento da imprensa agiliza os processos de cópia e, consequentemente, amplia-se o acesso a alguns textos escritos, sobretudo nas universidades (as quais continuam se desenvolvendo e tendendo a separar-se do comando da Igreja) e nas cortes reais. A venda de indulgências pela Igreja Católica, isto é, pecados poderiam ser “perdoados” mediante pagamentos em dinheiro, somada ao descontentamento dos reis e da burguesia e com relação aos lucros obtidos pela Igreja graças à sua grande posse de terras, gera uma série de conflitos e questionamentos. É nessa época que começam a ganhar corpo as ideias reformistas de Martinho Lutero, que darão origem ao protestantismo. Camponeses, artesãos e os já existentes assalariados se rebelam contra a opressão. Essa foi, enfim, uma época de muita agitação no campo da cultura, da política e da religião. A Igreja, preocupada com o rumo dos acontecimentos, cria a Companhia de Jesus, instrumento de censura e repressão. Em contrapartida, começam movimentos por atitudes que chamaríamos hoje “mais democráticas” e pela liberdade de crença. Em meio a tudo isso, estamos na época dos grandes descobrimentos marítimos, de que Portugal participa com intensidade, inclusiva na “descoberta” de terras além-mar, entre elas o Brasil em 1500. Fonte: Griffi, Beth, Português 1, 1ª edição, editora Moderna. A cultura e a sociedade Certo ou errado, a Idade Média ficou conhecida como “Idade das Trevas”, tendo em vista ser considerada por muitos um período de estagnação da cultura e da sociedade. De qualquer forma, os fatos se sucedem, abrindo terreno para novos acontecimentos e protestos. Com todas as mudanças e evoluções que começam a ocorrer, inicia-se o chamado “Renascimento” (renascer seria sair das trevas). Tendo suas sementes no Humanismo, o Classicismo representou uma reação aos valores da Idade Média. O homem passa a ser o principal centro de interesse, e o advento da imprensa abre caminho para a difusão de ideias e acontecimentos. O clima geral é de euforia, sobretudo em Portugal, que se destacava entre os países mais bem sucedidos nos empreendimentos marítimos e culturais. Encantado com os sucessos exploratórios e materiais, o homem volta-se para os fatos terrenos, deixando de lado o conceito divinizante anterior. O que importa agora é descobrir e conquistar o mundo e não buscar o caminho para o céu. Assim, a antiga cultura greco-latina, voltada mais para o homem, para o lado prático das coisas e a vida terrena, é resgatada e tida como modelo. Logo, o termo Renascimento serve também para esse outro renascer. Fonte: Griffi, Beth, Português 1, 1ª edição, editora Moderna. Características principais da produção artísticas Culto da beleza e da perfeição formal. Toda arte, inclusive a escrita, deveria ser bela e perfeita. Daí a criação do soneto, que, deve respeitar métricas e rimas; Paganismo, com utilização da mitologia greco-latina. Isto porque os deuses pagãos eram homens que se destacavam dos demais por sua força ou poderes; não eram deidades nunca vistas; Clareza e objetividade, demonstrando um mundo conduzido pela razão; Correção gramatical e uso da ordem inversa nas frases (verbo antes do sujeito, por exemplo); Racionalismo (sentimentos e emoções controladas pela razão); Valorização do gênero épico (feitos dos heróis contados em versos); Universalidade (a obra deve valer para todos e não estar voltada a problemas pessoais do autor); Imitação dos clássicos greco-latinos, considerados como modelo de perfeição; Personificação (elementos como Amor, Sorte, Vida, dependendo do conteúdo do texto, aparecem grafados com letra maiúscula, pois são tomados como conceitos universais); Antropocentrismo (o homem como centro do universo), em contraposição ao teocentrismo da Idade Média. Fonte: Griffi, Beth, Português 1, 1ª edição, editora Moderna. Autores e Obras do Classicismo • Luís Vaz de Camões: Os Lusíadas; Poemas de Camões; Poemas de Camões II. • Fernão Mendes Pinto: Peregrinaçam de Fernam Mendez Pinto em que da conta de muytas e muyto estranhas cousas que vio &... • Bernardim Ribeiro: Menina e Moça; Cancioneiro Geral; Ontem pôs-se o Sol; Ao Longo de uma Ribeira. • Antonio Ferreira: Poemas Lusitanos em Lisboa; Tragédia de Inês de Castro. • Francisco Sá de Miranda: Cleópatra (obra dramática); Vilhalpandos; Estrangeiros. • Gil Vicente: Farsa de Inês Pereira; Auto dos Reis Magos; Auto da Barca do Inferno; Auto da Barca do Purgatório; Auto da Lusitânia; O Velho da Horta. Fonte: http://www.infoescola.com/literatura/escritores-do-classicismo/
