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Principais autores e algumas obras

 

Na poesia, destaca-se Gregório de Matos (1623-1696); na prosa, Padre Antonio Vieira (1608-1697)

Fonte: site uol

 

Padre Antonio Vieira

 

A prosa barroca luso-brasileira é representada, especialmente, pelos sermões doPadre Antônio Vieira. Mesmo sendo português de nascimento, Vieira chegou à colônia com os pais, ainda menino, e poderia mesmo ter sido apenas mais um estudante do Colégio dos Jesuítas de Salvador. Todavia, sua genialidade no manejo das palavras, transformou-o no maior prosador em língua portuguesa e orador do século 17. Também um excelente latinista, ensinou retórica no Seminário de Olinda.

 

Seu interesse maior era a catequese dos índios. Para isso aprendeu suas línguas e percorreu por cinco anos as aldeias indígenas da Bahia, pregando para os nativos. Tal interesse o fez defender os índios do cativeiro, provocando a raiva dos colonos, que queriam escravizá-los no trabalho da lavoura e das minas.

Em 1653, no Maranhão, o "Paiaçu" (Padre Grande) - como o chamavam os índios - fez o "Sermão da Primeira Dominga da Quaresma" defendendo os nativos da escravidão, comparando-os aos hebreus escravizados no Egito.

 

Esta é a técnica da analogia, uma das muitas que caracterizam o texto barroco.

Junte-se ainda, recursos estilísticos e figuras de linguagem, como metáforas, alegorias, símiles, enumerações, apóstrofes e conceitos, com os quais tentava o convencimento dos que o escutavam e irritava aqueles contra quem lutava.

 

Sermão da sexagésima

O seu mais famoso sermão é o da "Sexagésima", grande representante do barroco e da sua capacidade de pregador. Feito no Maranhão, em 1655, nele, Vieira não apenas defende os índios, mas também e, principalmente, ataca seus algozes, os dominicanos, por meio de construções imagéticas sedutoras. Mesmo atacando a linguagem afetada, típica do barroco, usou-a não só neste, mas também em seus outros sermões.

 

Trecho de sermão da Sexagésima, de Padre Antonio Vieira

Fazer pouco fruto da Deus no Mundo Pode proceder de um três princípios: ou da parte do pregador, ou da parte do ouvinte ou da parte de Deus. Para uma alma se converter por meio de um sermão, há se haver três concursos: há de concorrer o pregador com a doutrina, persuadindo; há de concorrer o ouvinte com entendimento, percebendo; há de concorrer Deus com a graça, alumiando. Para um homem ver a si mesmo, são necessários três coisas; olhos, espelhos e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelho e olhos, e é noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, hámister luz, há mister espelhos e há mister olhos.

Fonte: http://quimeradeneptuno.blogspot.com.br/2008/07/trecho-de-sermo-da-sexagsima-de-padre.html

 

Gregório de Matos

 

Esses versos satíricos são atribuídos ao poeta baiano Gregório de Matos Guerra, um dos maiores nomes dobarroco no Brasil.

Atribuídos porque não se tem certeza se as poesias são mesmo dele, que nunca publicou sua obra. Os poemas talvez tenham sido copiados por amigos e admiradores e, recolhidos, por quem organizou o códice.

Ainda que o estilo dê indícios de que podem ser da mesma pessoa, não é possível ter certeza da autoria de um grande número de poemas que se atribuem a Gregório de Matos.

 

Matos era um boêmio, que vivia em grupos de amigos a tocar viola e recitar poesias, e tais companheiros podiam também ser autores e versar com ele

Fonte: uol.

 

Suas poesias:

 

O poeta religioso

A preocupação religiosa do escritor revela-se no grande número de textos que tratam do tema da salvação espiritual do homem. No soneto a seguir, o poeta ajoelha-se diante de Deus, com um forte sentimento de culpa por haver pecado, e promete redimir-se. Observe:

 

Soneto a Nosso Senhor

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinquido
Vos tem a perdoar mais empenhado.

Se basta a voz irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história.

Eu sou, Senhor a ovelha desgarrada,
Recobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.

 

O poeta satírico

Gregório de Matos é amplamente conhecido por suas críticas à situação econômica da Bahia, especialmente de Salvador, graças à expansão econômica chegando a fazer, inclusive, uma crítica ao então governador da Bahia AntonioLuis da Camara Coutinho. Além disso, suas críticas à Igreja e a religiosidade presente naquele momento. Essa atitude de subversão por meio das palavras rendeu-lhe o apelido de "Boca do Inferno", por satirizar seus desafetos

 

Triste Bahia

Triste Bahia! 
ó quão dessemelhante 
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi abundante.

A ti tricou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando e, tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.

 

O poeta lírico

 

Em sua produção lírica, Gregório de Matos se mostra um poeta angustiado em face à vida, à religião e ao amor. Na poesia lírico-amorosa, o poeta revela sua amada, uma mulher bela que é constantemente comparada aos elementos da natureza. Além disso, ao mesmo tempo que o amor desperta os desejos corporais, o poeta é assaltado pela culpa e pela angústia do pecado.

 

À mesma d. Ângela

Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e Anjo juntamente:
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós, se uniformara:

Quem vira uma tal flor, que a não cortara,
De verde pé, da rama fluorescente;
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus o não idolatrara?

Se pois como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.

Mas vejo, que por bela, e por galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.

 

O poeta erótico

 

Também alcunhado de profano, o poeta exalta a sensualidade e a volúpia das amantes que conquistou na Bahia, além dos escândalos sexuais envolvendo os conventos da cidade.

 

Necessidades Forçosas da Natureza Humana

Descarto-me da tronga, que me chupa,
Corro por um conchego todo o mapa,
O ar da feia me arrebata a capa,
O gadanho da limpa até a garupa.
Busco uma freira, que me desemtupa
A via, que o desuso às vezes tapa,
Topo-a, topando-a todo o bolo rapa,
Que as cartas lhe dão sempre com chalupa.
Que hei de fazer, se sou de boa cepa,
E na hora de ver repleta a tripa,
Darei por quem mo vase toda Europa?
Amigo, quem se alimpa da carepa,
Ou sofre uma muchacha, que o dissipa,
Ou faz da mão sua cachopa.

 

Fonte: http://www.soliteratura.com.br/barroco/barroco05.php

 

 

Extra 

Com a noção total de como é o barroco seus atores principais, iremos agora dar um pouquinho de diversão e relaxar só com um pouco de curiosidades sobre esse período.

Músicas barroca Brasileira:

Como é a Música Barroca?

A música barroca no Brasil “veio junto” com toda a arte barroca no Brasil. Ela é baseada principalmente em cantos sobre a igreja.

 

Alguns cantores:

José Nunes Garcia

 Gradual de São Sebastião

 Gradual Dies Sanctificatus

 

Essas músicas e muito mais podem ser ouvidas no site:

http://www.radio.uol.com.br/#/album/jose-joaquim-emerico-lobo-de-mesquita/mestres-do-barroco-mineiro-volume-i/22034

 

Fonte: http://barroco-brasileira.blogspot.com.br/

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